Extensão

A Política Nacional de Extensão é pactuada pelas Instituições de Ensino Superior integrantes do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras. Ela está expressa no Plano Nacional de Extensão, que define como Diretrizes para a Extensão Universitária a indissociabilidade com o ensino e a pesquisa, a interdisciplinaridade e a relação dialógica com a sociedade.

Segundo a Resolução CONSUNI 001/2000/UFG, Extensão Universitária é o momento em que a universidade sistematiza, apoia e acompanha as ações que visam sua integração/interação com os serviços prestados à população, por meio de políticas públicas nas áreas de saúde, educação básica, zoneamento urbano, habitação popular, etc.

São objetivos da Extensão na Universidade Federal de Goiás, dentre outros, promover a inserção da UFG no processo de desenvolvimento da Região Centro-Oeste; a articulação e integração entre extensão, ensino e pesquisa nas várias áreas objetivando abrir espaços para uma reflexão rigorosa com apresentação de alternativas para solução dos problemas da comunidade; interagir/integrar com os serviços prestados à população através das políticas públicas e apoiar/implantar Programa de Ensino à Distância/Educação Continuada.

Tendo como pressuposto regimental a formação assentada no tripé Ensino – Pesquisa – Extensão, a UFG tem construído, desde sua fundação, uma história de ações de extensão universitária, marcadamente na área da Saúde. Ainda na década de 1960 a Universidade Federal de Goiás iniciou projeto de Internato Rural com a presença dos acadêmicos de Medicina no último período do curso atuando em regiões fora da capital e do próprio estado. As atividades foram desenvolvidas na cidade de Picos, localizada ao sul do Piauí, onde a UFG manteve um Campus Avançado durante vários anos. A supervisão era efetuada por docentes da UFG e havia supervisão local por profissionais de saúde do próprio município. Participaram deste processo de parceria os cursos de enfermagem, jornalismo, odontologia e, nos anos 1970, a nutrição. Esta experiência traduz a primeira ação acadêmica sistematizada da FANUT/UFG.

Em Goiânia, o ano de 1968 marcou o surgimento de novas experiências, com projeto de desenvolvimento de comunidade (Projeto Kellog), sediado em um dos bairros da então periferia urbana. Na mesma época, o Projeto Nerópolis (município vizinho da capital), ensaiava a organização de um sistema municipal de saúde, com base na participação popular. Neste também foi marcante a participação da UFG por meio dos cursos da área de saúde, e com a entrada do curso de Nutrição a partir dos anos 1980.

Em 1971, a partir de uma demanda específica (Doença de Chagas), foi iniciado novo projeto de interiorização, no município de Firminópolis, situado a 120Km de Goiânia. Este acabou evoluindo de um Centro Rural Universitário (CRUTAC) para um Campus Avançado, em funcionamento até os dias atuais e que se ampliou para o município vizinho de São Luís de Montes Belos. Nestes locais, já atuaram em conjunto acadêmicos dos cursos de Medicina, Enfermagem, Farmácia e Odontologia. A Nutrição esteve presente neste espaço de extensão universitária em parte dos anos 1980.

Em momento imediatamente posterior, a Faculdade de Medicina, e posteriormente as Faculdades de Enfermagem, Nutrição, Odontologia e Farmácia (décadas de 1980 e 1990) passaram a exercer importante atividade em outro Campus Avançado criado na cidade de Porto Nacional (hoje estado do Tocantins) em projeto funcionou ininterruptamente até o ano 2000.

O curso de Nutrição, após as experiências bem sucedidas no Campus Avançado de Porto Nacional e Firminópolis, optou por realizar suas atividades curriculares referentes à prática em Saúde Pública apenas na periferia de Goiânia, onde vem, desde então, trabalhando em parceria com as Secretarias de estado da Saúde e Educação e Secretarias Municipais da Saúde e da Educação. Neste contexto, leva alunos do segundo ao décimo semestres para atividades relacionadas à atenção básica em nutrição e saúde.  

Atualmente, a área de Saúde Pública, por meio de ações relacionadas a disciplinas e a projetos de pesquisa e extensão, desenvolve inúmeras ações para além deste universo da saúde & educação, incluindo ações de ensino (educação permanente para diversos segmentos, dentre os quais os agricultores familiares, merendeiras, professores, portadores de diferentes patologias, dentre outros), pesquisa (tendo como foco os grupos sociais, e a possibilidade de realizar estudos que se traduzam em benefícios reais para indivíduos, famílias e sociedade) e a extensão (que se realiza em bairros periféricos, levando ações relacionadas à nutrição e a responsabilidade social e também que se realiza na própria FANUT/UFG, com o chamamento de setores da sociedade para atividades cujo interesse envolve publico especifico).

Por fim, a Faculdade de Nutrição conta com uma Coordenação de Ações de Interação com a Sociedade, cuja gestão inclui o cadastro de ações e a certificação das mesmas, na forma de ações, projetos e eventos de extensão.

Desta forma, é possível concluir que a FANUT/UFG tem historicamente construído uma extensão de grande visibilidade social e cujos resultados permitem supor que há uma forte relação multiprofissional e interdisciplinar, com benefícios para todos os envolvidos neste processo.

 

 

Estelamaris Tronco Monego

Professora Associada N4 – FANUT/UFG

Setembro de 2013

 

 

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