EXAME DE QUALIFICAÇÃO DE DOUTORADO: Gislene Batista Lima

Link da transmissão: https://meet.google.com/wyz-wrqa-rbb

Título do trabalho:

Relação positiva de ácidos graxos no soro sanguíneo e perfil inflamatório em mulheres com obesidade grave.

Orientadora:

Flávia Campos Corgosinho.

Resumo:

Indivíduos com obesidade tendem a apresentar elevada concentração de leptina, causada pela resistência à sua ação central, concomitante à redução na concentração de adiponectina, o que pode resultar em redução da saciedade. As razões leptina/adiponectina e adiponectina/leptina têm sido associadas por seus efeitos pró e anti-inflamatórios, respectivamente. Assim como essas adipocinas, os ácidos graxos também podem apresentar efeitos anti e pró-inflamatórios. Entretanto, ainda é escasso na literatura a relação entre ácidos graxos e adipocinas. Esse trabalho objetivou avaliar associações entre as razões leptina/adiponectina e adiponectina/leptina e os ácidos graxos séricos de mulheres com obesidade grave. Amostras sanguíneas foram coletadas de 44 voluntárias, adultas (idade média 40,21+ 8,3 anos), com diagnóstico de obesidade (IMC de 48,38 + 6,66kg/m²) para análise das adipocinas leptina e adiponectina por ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA) e foi realizada a análise de ácidos graxos séricos através da técnica de cromatografia. A razão leptina/adiponectina foi positivamente relacionada ao ácido graxo C20:3n6 (r=0,52 e p=0,00), enquanto a razão adiponectina/leptina com o ácido graxo C22:6n3 (p= 0,00 e r= 0,74). O ácido graxo ômega-3 foi um fator independente para a relação adiponectina/leptina (p<0,00, r=0,54). Em conclusão, foi demonstrado a relação entre ácidos graxos e o perfil inflamatório de mulheres com obesidade grave. O ácido graxo C22:6n3 demonstrou ser um fator independente para razão adiponectina/leptina, um importante marcador anti-inflamatório. Esse foi o primeiro estudo a mostrar essa associação nesse público, demonstrando a importância de futuras investigações.